Poeta sem rumo. Letras sem futuro

Alma minha,
Como um livro bom que terminou e a gente quer continuar a lê-lo.
Longe de qualquer associação que eu faça por encontrar teus amigos
Faz tanto tempo e você permanece
Você é a Guerra que marcou o meu povo
Meu povo sofrido, esbravejando, sofrendo ataques milionarios
com bombas caindo no fim da tarde, sem querer explodir e exploedem levando pro altro crianças que viram anjos e mulheres despedaçadas.
homens bigodudos sofrem a perda e se matam sem cabeça
vc é o meu ego sem cabeça. minha patria desnutrida, meu rumo, meu ramo da igreja, minha quarta feira de cinzas no encontro com o padre, ser celestial.
meu passado em música. minha lembraça da tia morta. você é meu passado, minha lembrança, minha fotografia feliz de inocencia. meu mickey de camarim, retrato fiel. Minha referencia pra onde aponta minha vida, bussola desgorvernada.
que quero do teu corpo pessoa infame?
que quero do teu corpo?
e se teu marido nos descobre, e se ele descobre que eu te quero.
mas eu nao descubro se vc me quer. quero descobrir isso. isso, o ponto máximo da nao possivel perda.
a sua vinda em lençois maranheses, a sua ida a minha festa. a sua jornada andando numa areia clara, com lençois brancos e andando calmamente querendo dizer "te amo meu amor". e eu lá, te olhando e despindo-te, minha deusa, despindo-te pra ver teus orgãos. quero o cheiro da tua pele. me dá um pedaço da tua pele. se eu pudesse escolher um pedaço da sua pele, que pedaço escolheria? suas costas tao perfeitas de algo duro?tuas pernas coisas grandes ? tuas pernas não. tuas pernas quero-as inteiras pra meter a boca e suga-las. que parte do teu corpo eu quero o pedaço da pele, alma minha? teu pescoço nunca. quero a pele mais sexo que tu possuas. teus braços nao me saciariam. teu rosto nem tao pouco. qual parte? seus peitos talvez. se fosse com o bico eu aceitaria. teu peito esquerdo. Saudade do teu peito esquerdo. Peito onde eu me perdia. onde eu encontrava-me joboia engolindo o boi. Onde eu esquecia que tinha osso. Onde meus dedos cresciam e tocavam as placas TECTONICAS. Talvez alma minha. talvez o seu peito esquerdo. mas sentiria falta de encontar as tuas costas. de saber que beijaria tua boca. Saliva dourada. de saber que nao poderia me enfiar no teu corpo. Vamos ser lesbicos? nosso amor não é lesbico. Nosso amor é carnificina. Nosso amor é a ousadia de ser careta. Nosso amor é badalhocas de Nelson Rodrigues com um que de Santo agostinho. Santo agostinho ressucitaria para ver nossas juras safadas e medonhas. Os seus pedidos que tu falaste serem só para mim. Do nosso escombro que sobrevive em mim. Você me deixou assim. cidade devastada. Casas bombardeadas puro esqueleto tijolo. Mães sem filhos. filhos sem mães. A paisagem dourada alma minha, fez a cidade ser poeira. Desmoronado, sem dente, pulmão perfurado. Quero a perna, pisei na tua mina. Futuro sem lei. Você me deixou assim alma minha,. O meu corpo é só o desejo de te meter a boca. Só o teu corpo anuviado em lencois brancos ventando um vento que te parece afastar de mim. Por que alma minha? por que te afastas? diga-me, não és escombros do que fomos? diga-me, ainda somos? Pela primeira vez escrevo sem pensar em ti, ferida branda. Minhas costas se arrepiam por outro bafo. Mas meu centro ainda é teu Pantaleão. Diga-me antes que eu me afaste. Antes que tu sejas pra mim um hábito vencido. Seremos ou já fomos um único mar? Diga-me:
- o que sobra de mim, em você, no dia seguinte ao nosso encontro?
não aguento mais você assumindo que o tempo passou.

Um comentário:

wagner disse...

Da pra entender escreves legal suas palavras são flechas certeiras a procura do alvo, alma o povo sofrido o corpo que busca outro corpo o controle dos músculos dos orgãos o desejo do encontro com nosso escrombo que sobrevive em nós ,seja mais um hábito vencido.